quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Por que você ama quem você ama?


"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim.

Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar (ou quase). Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!"

Martha Medeiros

domingo, 21 de agosto de 2011



Ela estava em seu quarto, tinha que arrumá-lo, mas ao invés de fazer isso acabou bagunçando-o ainda mais.
O que ela queria de verdade era sair, não aguentava mais ficar em casa, não aguentava mais seguir aquela rotina de escola-casa e casa-escola e de vez em quando viajar nos feriados, sendo que na maioria deles ficava em casa sem um punto na mão para poder sair.
Essa última semana para ela foi à gota d’água, estourou com todos e por causa de tudo.  Mesmo sabendo que em determinadas situações também estava errada, ela não quis dá o braço a torcer, preferiu abrir fogo em casa o que resultou em mais um final de semana sem dinheiro, sem saídas e o pior de tudo sem viagem (para aproveitar o final de semana). Sábado não fez absolutamente nada, escreveu na maioria do tempo (mas muitos desses escritos não se completaram ou não foram satisfatórios para ela, então foram para o lixo), ficou no computador, mas estava entediante então ela resolveu ir para a televisão. Assistiu novelas, alguns filmes e foi dormir.
No domingo o seu dia não foi muito diferente, escreveu, foi para o computador (onde não ficou muito tempo), foi tentar arrumar o seu quarto (o que não fez), voltou para o computador ficou por lá até a hora do jogo do seu time começar, quando este terminou voltou para o quarto que ainda estava de pernas para o ar, desejou ter uma varinha mágica ou uma fada madrinha para poder arrumar o quarto dela. Olhou em volta e foi tomar um banho para ver se depois conseguiria limpar. Após o banho dobrou algumas roupas, catou alguns papéis e jogou-os no lixo, mais depois disso voltou a escrever, só que já estava sem imaginação alguma. O que a fez parar para pensar que em pleno domingo, véspera de feriado ela estava em casa sem nada de interessante para fazer e o que é pior com um quarto (que para ela agora parecia enorme) que precisava ser limpo, não podia voltar para o computador porque se seus pais vissem o quarto, ela já poderia deixar de cogitar alguma saída. Quando finalmente terminou o seu quarto estava morrendo de cansaço, tomou uma ducha e foi dormir.
Na segunda-feira acordou disposta a sair, não interessava para onde nem como, muito menos com que dinheiro ou com quem. Na verdade queria sair sozinha, tomou o café da manhã pediu R$20,00 ao pai, tomou um banho, colocou a máquina e o bloco junto com a caneta, a carteira e uma canga na bolsa. Pegou a bolsa e saiu andando foi em direção à praia que não era tão longe da sua casa. Quando chegou à praia, tirou a blusa e ficou de biquíni e short, guardou a sandália na bolsa e caminhou sem rumo pela praia. Depois de um pouco mais de duas horas de caminhada (de passos curtos e vagarosos) ela resolveu parar, comprou duas garrafas de água e uma de 2 litros de refrigerante. Pegou a canga, abriu e colocou-a na areia, sentou e ficou admirando o mar, depois pegou sua câmera e registrou o que via. Cansada de fotografar a paisagem, resolveu escrever e empolgada com tudo que havia visto e escutado na caminhada e no período em que estava sentada ali, perdeu a noção do tempo e quando se deu conta o sol já estava se pondo. Levantou, recolheu suas coisas e caminhou em direção ao chuveiro que tinha em uma barraca, lavou os pés e calçou a sandália e foi para casa. Assim que chegou tomou um banho, comeu e foi para o computador onde digitou seus textos, transferiu suas fotos e navegou pela internet. Foi dormi quase três horas depois. Enquanto aos textos?
Esses continuam apenas salvos em uma pasta no seu computador, o mesmo destino teve a maioria das fotos tiradas.


O Quereres
Caetano Veloso

Onde queres revólver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim


PS: Na versão cantada por Maria Bethânia.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Pensamentos não tão soltos



Há muito tempo ela não se sentia completa. Ela sabia que lhe faltava algo, que não se sentia realizada com nada. Uma parte dela não estava em harmonia com o resto, mesmo assim ela tentava viver feliz.
Lá estava ela em frente à televisão, porém já estava de cabeça baixa fazia uns cinco minutos. Aparentava estar cheia de magoas e seu olhar era vazio e infeliz. Sentia raiva de si mesma e não se alegrou em estar em casa em plena sexta-feira, deixou de assistir a televisão, porque estava tão incessível que qualquer cena de romance ou demonstração de carinho a enojava. Não lhe restava dúvidas de que estava profundamente magoada.
Desligou a televisão e caminhou calmamente em direção seu quarto. Com a janela e a cortina fechada ela manteve a luz apagada e deitou no chão do quarto, olhou para o teto e ficou assim por mais ou menos dez minutos, ela só queria poder não pensar em nada, não queria nem se quer lembrar que teria que levantar dali em um determinado momento. Ela simplesmente queria deitar, fechar os olhos e esquecer que sabia pensar, esquecer que precisava pensar e viver, ou melhor, fingir que vivia feliz.
Mas como nem tudo que queremos se realiza ou dura muito tempo, depois de dez minutos milhares de pensamentos invadiram-lhe a mente e arrancaram a força a paz momentânea que ela havia sentido. Tentou espantá-los, mas não conseguiu, até que ela resolveu alimentá-los, quem sabe não conseguiria arrancar-lhes respostas para o vazio que se alojara nela? Novamente a sua mente lhe deixou na mão e também cheia de dúvidas que ainda levariam tempo para serem descobertas as respostas ou simplesmente serem ignoradas ou destruídas. Por enquanto ela apenas tomou um banho, vestiu-se e foi dormi. Pelo menos assim as esqueceria, temporariamente, mas as esqueceria. O que para ela nesse momento era satisfatório.

A espera


                    Toda vez que te vejo no mesmo lugar onde eu estou a minha atenção é toda voltada para você e seus movimentos. Fico de olho porque fico a espera de apenas uma coisa: O seu sorriso, afinal de contas, ele foi à primeira coisa que me fez notar você e a partir daí anseio por ele durante o dia e ainda bem que sempre você me presenteia com ele, porque ele desencadeia em mim um misto de sensações tão reconfortantes e inebriantes que parece que o meu corpo não é mais suficiente para comportá-los.

                      Você provoca em mim sensações que há muito haviam adormecido dentro de mim, me fazendo pensar que já não mais as tinha, mas eu estava completamente enganada, pois basta te vê para as minhas mãos gelarem, o meu coração disparar aumentando a velocidade na minha corrente sanguínea me fazendo perceber que estou viva, a minha voz fica trêmula, me bate uma insegurança repentina que logo dá vazão para a segurança (que sempre foi constante em mim) e quando vejo já estou sorrindo não exatamente para você, mas sim para mim. Porque gostar do seu sorriso me fez gostar de você e principalmente perceber que estou viva.
                        Ainda não sei se você é diferente dos outros, mas não creio que precise ser, basta ser diferente no essencial. Não quero jamais que você seja perfeito, pois o perfeito nos torna desiguais e um dia o perfeito me fará enjoar de você e o que eu quero é justamente o contrário. Também não quero que seja para sempre, pois o para sempre dura muito e o muito transforma tudo em rotina e a rotina é extremamente devastadora para algo chamado sentimento, quero que dure o tempo suficiente para sermos felizes um com o outro e quando esse tempo acabar espero continuar sendo feliz, mesmo que seja sem você.
                       Mas por enquanto quero você fazendo com que minha rotina seja quebrada, que eu seja invadida por um sentimento novo a cada vez que sentir o seu toque, quero sentir o queimar a cada vez que sentir seu olhar sobre minha pele, quero sentir minha pele dourar a cada vez que eu ver o seu sorriso e principalmente a cada beijo seu provocando em mim uma respiração ofegante e ao mesmo tempo reconfortante.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Essas Mulheres



Aquela que faz suas escolhas pensando no futuro é a mesma que vive se perguntando ‘ será que vai dar certo?’.  Aquela que passa horas pensando é a mesma que age por impulso. Aquela que diz ‘vai dar certo’ é mesma que é invadida por mil perguntas e inseguranças. Enfim, contradições mil, que se fossem listadas tomariam tanto espaço e ninguém teria paciência para chegar ao final, essa é que é a verdade.


Pouquíssimas coisas elas possuem em comum, como a incrível capacidade de falar sem parar durante minutos diria até horas, a voracidade pela leitura, a vontade de escrever, a dificuldade em tentar ficar quieta e fazer com que a mente relaxe por pelo menos frações de segundos e lógico que a mais importante é que todas elas habitam o mesmo corpo, o meu.

Apesar de parecer extremamente louco e estranho passei a dar nomes a elas e até mesmo às vezes tentar manter um diálogo com elas e principalmente entre elas, porque haja folego nelas para reproduzir muitas palavras por segundo e ao contrario de mim elas não precisam dar uma pausa na fala para respirar, tirando as rusgas delas o resto é pra falar a verdade bem agradável, elas me fazem rir, refletir, abrir a mente para novas opiniões e me ensinam que eu posso agir da melhor forma possível e de ‘enes’ formas diferentes e sempre vai ter alguém que não reprove as minhas ações, mesmo que apenas eu possa vê-las.

Ah, essas mulheres tão confusas, tão serelepes, tão falantes, tão diferentes entre elas, mas que por causa da politica de boa vizinhança e em respeito a sindica que sou eu, elas tentam viver em paz.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

You've got a friend - " Você tem um amigo" ?



Quantos amigo você tem? Parou pra pensar? Agora, quantos são os que secam suas lágrimas ou que choram junto com você? Pensou bem?
Bom, agora me diga : quantos deles pegam em sua mão e diz que tudo vai ficar bem? Quem é o seu abrigo quando as tempestades insistem em te perseguir? Quem são os guardiães dos seus segredos, mesmo o mais bobo dos segredos? E agora, quantos amigos sobraram?

Fazendo essa breve análise, chego a seguinte conclusão: Confiança e companherismo. São essas palavras que sintetizam o que é ser amigo e que não aparecem separadamente, assim como não existe amizade pela metade.

A palavra amizade atualmente não passa de uma palavra vazia, como mais outra coisa banal e isso é uma pena. E sabe o por quê? Porque amigo é imprecendivel e um tesouro de maior valor. Tenho pena das pessoas que usam da amizade como algo banal, tenho pena delas porque ainda não experiementaram verdadeiramente um relacionamento entre amigos.

O mundo está precisando de amizades sinceras, onde a base é a confiança e o companherismo. As amizades estão cada vez mais superficiais, se é que isso pode ser chamado de amizade. Às vezes nos doamos de mais as pessoas, somos o tipo de amigo que gostariamos que os outros fossem pra nós, e não somos retribuidos. Sempre alguém se doa mais do que o outro, isso é um fato.

Tipos de amizades?

Sinceramente, não acredito que existem tipos de amigos, por exemplo, amigo banqueiro que estão sempre emprestando dinheiro ou amigo popular que é aquele que está sempre ocupado e você tem que esperar até para falar com ele. Pra mim, esses “amigos” não são amigos de verdade, tudo bem que pegue dinheiro emprestado, mas não explorando, tudo bem amigos que tenham outros amigos, mas aí entrar numa lista de espera imaginária para poder conversar? Talvez eu seja meu radical, mas isso é amizade?

Acredito que só exista um tipo de amizade, o amigo-amigo e acho que esse nem precisa de descrição.

You just call out my name and you know, wherever I am, I'll come running to see you again. Winter, spring, summer or fall. All you got to do is call and I'll be there, yeah, yeah, yeah.You've got a friend”. - You've got a friend – McFly.